Mostrando postagens com marcador cobras. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador cobras. Mostrar todas as postagens

sábado, 18 de abril de 2015

As cobras podem ser de estimação

As cobras surgiram na Terra aproximadamente há 145 milhões de anos, evoluindo dos lagartos cavadores. São répteis carnívoros que comem aves, ovos, pequenos mamíferos, outras cobras, anfíbios, peixes e insetos. Existem perto de 3 mil espécies que variam na cor, tamanho, etc.. Sua vida pode ultrapassar os 15 anos e podem atingir  mais de 4 m, dependendo da espécie . Elas não possuem membros e têm sangue frio, o que significa que sua temperatura interna varia com a temperatura do ambiente.
Podem ser venenosas ou não venenosas. As venenosas picam suas presas, injetando veneno, antes de comê-las. E há também as cobras que matam suas vítimas por constrição (asfixia). Elas não mastigam – engolem suas presas inteiras.Trocam de pele, pelo menos, duas vezes ao ano e possuem cerca de  200 a 400 ossos – com exceção da cabeça, os ossos são, exclusivamente, vértebras. Captam  vibrações do solo e  sons de baixa frequência . “Sentem” cheiros através da língua. Da maioria das fêmeas nascem filhotes vivos e algumas botam ovos.
As serpentes têm função muito importante no biossistema, controlando a população de roedores e até de cobras venenosas, pois algumas espécies só se alimentam de filhotes das venenosas. São animais magníficos e muito úteis em seus territórios.
Infelizmente, as cobras, estão sendo procuradas cada vez mais, como animais “domésticos” . E o que leva uma pessoa a querer adotar uma cobra como animal de estimação, já que serpentes  não demonstram carinho, não  reconhecem o tutor e não são animais para  “brincar”?
Talvez, cuidar de um animal diferente  “encante” as visitas e faça do tutor uma “sensação”. Geralmente, quem se interessa  em adotar uma cobra, quer parecer excêntrico  e, no fundo, reverencia o medo que ela inspira. Alguns psicólogos afirmam que criar um animal silvestre e exibi-lo, possivelmente, indique  uma personalidade  insegura, com necessidade de poder e status. Lamentavelmente, o comércio (legal ou ilegal) das serpentes como animais de estimação, é crescente.
No Brasil, há duas condições para a compra e venda: é proibido criar espécies peçonhentas (venenosas) e o comércio de animais da nossa fauna também é proibido, a menos que o IBAMA autorize. Ter animais silvestres como animais de estimação é ilegal, conforme a Lei de Crimes Ambientais nº 9605 / 98. Ela proíbe a utilização, perseguição, destruição e caça de animais silvestres e prevê pena de prisão de 6 meses a 1 ano, além de multa para os infratores.
Para alguém criar uma cobra, há vários encargos (além da autorização do IBAMA, etc.):  terrário – onde o solo, a temperatura e a iluminação devem ser controlados. Por maior que seja o terrário, ele restringe, dramaticamente, os movimentos de uma cobra. Alimentação – a cobra em cativeiro se alimenta de ratos adultos e de ratos recém nascidos (pinkies) -será que o tutor terá “estômago” para providenciar a comida? Além disso, todos os membros da família  que irão  “morar” com a serpente, devem estar envolvidos no processo  e aceitarem conviver com a cobra. E caso o tutor desista de ficar com o bicho, o que é comum, já que cobras podem viver em torno de 15 anos, é muito difícil conseguir uma adoção.
Obviamente, essa cobra não será feliz como seria em seu território. Com certeza, cuidar de animais silvestres  ou exóticos em casa  não é amar a natureza. Lugar de animal é em seu habitat natural.
Comprar uma cobra, mesmo legalmente, estimula o tráfico. Acredita-se que o comércio ilegal de animais movimente cerca de 10 bilhões de dólares por ano em todo o mundo. Só o tráfico de drogas e armas é maior. Todos os anos, mais de 38 milhões de animais silvestres são retirados ilegalmente de seus habitats no Brasil, sendo 40% exportados, segundo relatório da Polícia Federal. Segundo a ONG Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais (RENCTAS) os bichos saem, principalmente, da Bahia, Piauí, Pernambuco, Maranhão, Paraíba e Ceará. E são enviados para  Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Dos animais traficados, para cada 10 só sobrevive 1 (9 morrem durante a captura e o transporte). As cobras, para o transporte, são sedadas e colocadas em meias de nylon.
O tráfico de animais, além de crime,  é uma enorme covardia – os bichos sofrem muito, a maioria morre  e  algumas espécies acabam entranto em processo de extinção.
Enquanto isso, um sem número de cães e gatos abandonados  espera  por uma  adoção.
Notas:
- Qual é o termo correto: cobra ou serpente? No Brasil, ambos os termos são aceitos. Porém, no exterior, o mais acertado é usar a palavra “serpente”;
- O ser humano possui 206 ossos;
- Das 391 espécies de serpentes brasileiras, 28 são consideradas em algum grau de risco, de acordo com avaliação realizada por especialistas brasileiros durante encontro promovido pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios, em Iperó, São Paulo (2012). A lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção registra 5 serpentes. Entre elas está a surucucu-pico-de-jaca. Caso os novos dados sejam confirmados, esse número subirá mais de 6 vezes, para 33;
- O RankBrasil homologou a surucucu-pico-de-jaca por ser a maior cobra peçonhenta do Brasil e da América do Sul – chega a medir 4,5 m de comprimento.  Seu bote pode atingir uma distância aproximada de metade de seu corpo. É uma das serpentes mais venenosas do mundo. É um animal ameaçado de extinção.
- Animal silvestre – pertence às espécies nativas. Animal exótico – sua distribuição geográfica não inclui o território brasileiro.

*Texto registrado na Biblioteca Nacional – Direito Autorais. Reprodução permitida, desde que mantido integralmente o texto, sem alterações.